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São Paulo, SP

Transborda

Somos uma startup LGBTQIA+ criadora de projetos que proporcionam autonomia dos corpos e liberdade das múltiplas identidades

Sobre a organização

Muito prazer, eu me chamo Greta Lopes, tenho 33 anos e sou fundadora da Transborda.

A primeira vez que eu fui numa balada gay eu tinha 18 anos. Foi a primeira vez que eu entrei num lugar e tive a sensação de estar em outro mundo. Outro planeta. Eu entrei e vi pessoas sendo elas mesmas. Eu vi pessoas podendo exercer uma existência plena de si mesmas. Gays, lésbicas, travestis que nem eu. Gente livre, potente e corajosa. E foi também a primeira vez que eu vi essa gente “estranha” trocando afeto. Trocando humanamente afetos. Quer dizer, além de poder ser eu mesma, eu podia também trocar afeto com outras pessoas. Com 18 anos isso era incrível.

Hoje, adulta e um pouco mais audaciosa com a vida, eu me pergunto: onde estão os lugares em que as pessoas LGBTQIA+ podem trocar afetos? Onde estão as experiências da cidade de São Paulo em que a comunidade LGBTQIA+ pode existir em plenitude? **Cadê a diversidade de corpo, de cor e de tamanho?
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**Foi com essa inquietude que eu fundei a Transborda: uma startup dedicada a produzir projetos pra comunidade LGBTQIA+. A Transborda produz o Festival de Música Transborde-se, peças de teatro e aulas de gênero e diversidade para escolas, empresas e instituições. Nosso propósito é expandir a autonomia dos corpos e de toda sua possibilidade de manifestação. A gente gosta de gente diferente da gente. A gente gosta de ser igual na diferença. Eu brinco que produzimos projetos docemente selvagens.

Atualmente no mercado existem diversas produtoras culturais muito competentes, mas quase nenhuma especialmente voltada ao público LGBTQIA+. E suspeito que menos ainda fundada e gerida por uma travesti. A Transborda é, nesse sentido, idealizada por alguém que sabe na pele o que é ser uma das letrinhas da comunidade.

Mas, o que as empresas e as instituições estão fazendo, de fato, para se tornarem parceiras da diversidade? Como elas estão cuidando de suas colaboradoras e usuárias LGBTQIAZWX e toda a diversidade possível? Quer dizer, quais são nossas políticas de inclusão?

A Transborda tá corajosamente afim de uma transformação real de como as coisas são. Uma transformação sócio cultural LGBTQIA+. É investir na ideia de que é possível reduzir números de mortes e aumentar impactos de uma política da vida.

Pra terminar, a Transborda pra mim significa proporcionar a outras pessoas àquilo que com 18 anos eu vivi. É dizer que as pessoas LGBTQIA+ importam. Que nós podemos trocar afeto em público. É proporcionar direitos e dignidade a toda uma comunidade. É dizer que travestis podem ser grandes líderes inspiradoras também. Apoiar a Transborda não é apoiar apenas uma causa, é apoiar toda uma atitude trans. Trans de transgressora. De transbordante. É deixar o mundo muito mais colorido e diferente!

Muito obrigada!