Faveleira

A Faveleira recebe esse nome devido a uma árvore comum no Morro Arraial de Canudos na Bahia cuja população veio como imigrante para a cidade do Rio de janeiro em busca de oportunidades e se instalaram no Morro da Providência, muitos deles eram descendentes de escravos e tal como a árvore favela foram bastante fortes e resistentes.

O projeto surgiu a partir do estudo de Lorena Froz das temáticas ambientais e vivências no território da Maré identificando que por mais que esse local tivesse uma linda história ambiental, de resistência e luta isso não era falado ou valorizado. A Maré tem em seu território um grande parque ecológico, onde no passado Oswaldo Cruz utilizava como objeto de pesquisa. Esse território já conteve praias e mangues em um passado não tão distante. Essa população está diariamente lutando para sobreviver e a pauta ambiental, por conta disso, parece um simples privilégio, quando na verdade o direito a um meio ambiente sadio é um direito humano básico. Percebi também que era muito difícil encontrar uma plataforma completa com informações socioambientais e ainda didáticas e de linguagem acessível para o público periférico e principalmente, com informações que de fato perpassam esses corpos.

Atualmente, devido a crise climática notável, muito começou a se falar sobre sustentabilidade, mas a forma como a mídia e o capitalismo disseminam esse conceito torna-o utópico para as classes mais baixas da sociedade, que também são as mais afetadas pelos impactos ambientais, principalmente devido ao racismo ambiental nítido e enraizado na nossa sociedade. Por isso me surgiu um questionamento que sustentabilidade é essa que estão falando? Será que ela é acessível a todos? E a resposta é clara e simples: não. A Faveleira surge como um lugar para falar de educação ambiental, para falar sobre racismo ambiental, segurança alimentar, sustentabilidade de uma forma acessível e clara, “de cria pra cria”.